terça-feira, 21 de maio de 2013

Tempo

Quanto tempo tem em uma hora? Olhei hoje pro relógio do meu smartphone e vi 00:58. É estranho pensar nos minutos dentro da hora, segundos e décimos de segundo. Mas imagine isso em dias, ou anos? Ok, sei que existe uma tabela pra isso, mas não me refiro ao valor matemático, nem outro valor "tangível", por assim dizer. De qualquer forma, esse "tempo dentro do tempo" me fez pensar em "outro tempo". Um tempo real. Um tempo mais parecido com o descrito por Einstein.

Minha noiva está nos Estados Unidos hoje. "Amanhã", pode ser que esteja na "Inglaterra". Mas e eu, onde estou nessa "malha"? Estou aqui, me lembrando dela. Lembrando do seu sorriso e suas preferências. Do seu abraço e de suas brigas comigo (na verdade, muitas das vezes sou eu quem provoco pra ver sua cara de brava), seus beijos, seu carinho, seus sonhos. Ah, seus sonhos! Sonhos tão altos que demorei a aceitá-los (ou não, depende de como você enxerga a vida). Poderia estar ao lado dela fisicamente agora, ou não. Afinal, nunca saberemos o que aconteceria se ela tivesse viajado antes, ou não ter viajado agora. Tudo é um "se". Aliás, ela odeia essa preposição "se". O legal dessa preposição é saber que só a usamos porque não gostamos ou não aceitamos a realidade de agora. Se aceitássemos, não usaríamos o "se". E olha só! Usamos um "se" pra definir outro "se". Paradoxo, não é mesmo? Sim. O tempo que negamos aceitar é um paradoxo, que nos levará a outro e, consequentemente, uma insatisfação recursiva, que nunca se satisfaz. E é essa insatisfação que nunca nos permitirá prosseguir, avançar e saborear o momento que temos, quem dirá um amor? "O amor suporta tudo. O amor não acaba, não definha. O amor nos faz diferente de tudo." - fácil falar. Difícil é viver isso. Só quem ama alguém e teve que abrir mão do convívio com essa pessoa é quem sabe a dimensão dessas frases, dessas dores. Somos humanos e, até onde podemos entender, somos os únicos seres sobre a terra, dotados desse sentimento. Por isso sofremos, por isso choramos e por isso nos alegramos com uma pessoa. E o tempo, atrelado a uma distância não ajuda muito a passar por esses desafios de amar.


Novamente o tempo. "Menino mau! Muito mau!" - bem que poderíamos chamá-lo assim. Tempo que insiste em nos lembrar que ainda existem meses, dias, semanas e segundos pra reencontrarmos quem amamos. Pra termos conosco aqueles que, com grande pesar, deixamos partir, alicerçados na fé de que quando voltarem, nunca mais deixaremos de proteger, de cuidar, de amar e de estarmos perto, juntos, pra sempre. É, o tempo sempre tenta nos deter com o advento da demora, do imediatismo, do fast food e "just in time". Mas quando usamos suas próprias armas contra ele, à exemplo do "juntos pra sempre", esse mesmo tempo se desmorona e dá lugar à certeza e alegria da vida que nos foi dada. Eu, de certa forma, sou um tanto peculiar. Ainda carrego a ideia que minha promessa, palavra ou juramento, são sagrados. Ainda mais num altar. Ah, e quando for a minha vez, ao lado da minha noiva, de dizer meu voto, de declarar meu amor com todas as palavras que Deus me permitir dizer, o tempo se tornará ínfimo e poderemos celebrar a vida que nos é prometida.


Por enquanto, me atrelo à fé de que logo estarei com minha noiva e enfrento um "se" a cada segundo da minha vida. Seja ela estando longe ou perto. Faltando um ano ou uma hora pra vê-la de branco, entrando pelo caminho preparado pra ela. Pra mim, não há diferença nesse tempo. Mas de uma coisa eu sei. A cada dia que passa, esse tempo diminui. E a cada dia que passa, também aumenta o meu "pra sempre" ao lado do meu amor.


Tempo é relativo. Até mesmo pro próprio tempo. 


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