quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O quê vi no FIQ 2013? – primeiro dia

Mais um FIQ. O oitavo pra ser mais exato. Evento que acontece a cada dois anos em BH, reunindo diversos autores independentes e convidados nacionais e internacionais, como Erika Awano, Marcelo Cassaro, Ivan Reis entre outros.

Laerte
Laerte Coutinho
Esse ano, o 8º FIQ homenageia Laerte e seus trabalhos fantásticos, tais como Piratas doTietê. Não vou me ater ao “palco principal”, mesmo porquê existem veículos que se dedicam quase que exclusivamente à isso. Durante esses cinco dias, tentarei trazer o máximo de informações que as mídias especializadas não trarão (será que consigo?). Tentarei registrar momentos únicos, peças e conversas com publicadores independentes, além de um ou outro bate-papo com gente que é a cara do FIQ.

Por hoje, vou deixar um relato do que vi no primeiro dia e acho que deu pra entender um pouco também do rumo que o universo de quadrinhos está tomando no Brasil.

O primeiro ponto a favor do 8º FIQ foi a sua organização. Eu, que já trabalhei nas cinco primeiras edições, não vi (ou não percebi) desespero dos voluntários e/ou organizadores e, se conseguiram esconder isso, meus parabéns. Logo na entrada, temos um balcão com atendentes tranquilos (talvez porque não estivesse lotado, afinal, era uma bela de uma quarta-feira) que estavam super prestativos.

Família Coala
Mentirinhas - Fábio Coala
Os estandes são pequenos. Na verdade, minúsculos. Fiquei com dó da galera do Webcomics in da House que, além de estarem num espaço 3x4,5m (+/-13m²), ainda foram o estande mais visitado. Das 6 horas que fiquei no FIQ (ontem), não vi sossego pra eles. Estande altamente disputado. Carlos Ruas e Fábio Coala foram os mais requisitados (consegui bater um papo com eles, mas isso eu deixarei pra outro post). Mesmo assim, a atmosfera estava legal. Cheio de gente pedindo autógrafos, tietagem... Sim. Tivemos tietes no esta
nde da Webcomics.


Garage kit Green Lantern: Rebirth
Em contra partida, vi editoras como Devir e Panini com estandes do mesmo tamanho dos independentes e com poucos visitantes. A Comix também esteve presente, lotada com edições de mangás e comics que não achamos mais em bancas e livrarias, além de garage kits (um deles eu quase comprei, mas tive que me segurar, senão não teria grana pro resto do evento e pros presentes da minha noiva). A Comix estava lotada e seu estande era um dos maiores do evento (mesmo assim, bem enxuto, perto dos anos anteriores). A Leitura, com seu mega estande, ao lado do da Casa de Quadrinhos, tinha algumas coisas que valiam à pena (principalmente se você é do interior), mas, assim como a Comix, nada diferente do que se vê em suas lojas físicas, ou de internet. O grande lance, desses “grandes”, é a possibilidade de tentar negociar o preço (pechinchar mesmo) e eliminar o frete. Pra colecionadores e fãs de Batman, aconselho a Poiso Ivy (Era Venenosa), uma estatueta linda (cara) mas que vale cada centavo. Infelizmente, esses produtos vêm em poucas unidades e, essa peça em questão, vi apenas duas (mais a de exposição). Outras peças que me chamaram a atenção foram as do Lanterna Verde (cara, eu sou fã e juro que o dedo coçou pelo garage kit oficial do Green Lantern: Rebirth).

Bom, vi muito mais coisa no evento, mas acho que vou guardar algumas coisas pros próximos posts. Mas uma coisa eu já percebi e deixo bem claro: o momento é das webcomics. Todas fantásticas, fugindo e muito do padrão nipo/americano que víamos nos últimos anos. Parece mesmo que o Brasil gerou essa identidade própria. Algo realmente contemporâneo, algo que enche os olhos de quem lutou ou luta nesse mercado.











Fico feliz de ter participado da criação do primeiro FIQ e, hoje, vejo o retorno disso com sorriso nos lábios e uma vontade enorme de dizer que valeu cada gota de suor dos primeiros anos e noites em claro pra montarmos estandes. Ainda que o evento pareça um tanto menor de estrutura física, o mesmo é um lugar fabuloso e que nos faz conhecer novos talentos e coisas que virão fazer sucesso um dia. Por que é disso que se trata o FIQ e, citando o sr Afonso Andrade: “(...) são esses malucos e apaixonados que tornam isso possível.”

Webcomics in da House - Lotada
Preciso respirar!

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